DEVOÇÃO

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Halloween: Inofensiva Brincadeira Americana?

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Por - Jáder Borges

Chegamos na cidade de Minneapolis no mês de outubro e o final do outono anunciava que um rigoroso inverno viria pela frente, com possibilidades de tempestades de neve. À medida que o mês ia passando, casas e lojas iam intensificando as decorações do "Halloween", o tradicional "dia das bruxas", quando pregar peças nos outros em forma de sustos e festinhas embaladas com vampiros dançando com múmias, fica liberado. Crianças percorrem casas perguntando algo como "travessuras ou doces?", e assim, todos esperam a noite cair, para que monstros e abóboras desfiguradas comandem a festa, ao som de muito agito, "Halloween". O que esta palavra significa? A Funk and Wagnalls New Encyclopedia informa que este termo é aplicado à noite que precede o "dia de todos os santos", uma espécie de abreviação-referência de "Allhallows Evening" (uma tradução mais literal de "Allhallows Evening" seria: "Noite de todos os consagrados"...).

Estão brincando com coisa séria...

A onda do Halloween vem crescendo no Brasil, levantada por centenas de cursos de inglês, escolas com fortes influências americanas, seriados de TV e por muitos jovens que tiveram contato com a América, seja através de estudo ou intercâmbio, e que têm fascínio pela cultura norte-americana. Na comemoração do Halloween, o que se escuta como justificativa é que este é um dos meios mais divertidos de se passar um pouquinho mais a cultura daquele país para os interessados e que tudo não passa de uma divertida e diferente aula de inglês, ou de sociologia, simplesmente carregada na maquiagem e nas sombras. Seria "brincadeira" mesmo? De onde vem o Halloween?

A "brincadeira" do Halloween não tem nada de brincadeira na sua origem. Quando se busca no tempo e na história, nesta época do calendário, os druidas (espécie de feiticeiros, antigos sacerdotes entre os gauleses e bretões), costumavam erguer fogueiras para invocação de Saman, o senhor da morte! Pelo menos outros quatro espíritos também eram invocados, com a finalidade de se consultar sobre o futuro ou sobre coisas ocultas. O povo celta também acreditava que nesta data os espíritos dos mortos voltavam à terra para visitar os lares durante a noite. Os romanos, após conquistarem a Grã-Bretanha, adotaram para si as crenças do Halloween, num de seus festivais rituais, em honra à deusa Pomona, senhora das frutas e das árvores.

Como podemos ver, a fonte dessa "brincadeira" traz consigo rituais e invocações a espíritos, tanto de demônios, como de mortos, coisas estas que a Palavra de Deus, a Bíblia, enfaticamente recomenda para não serem feitas, sob grande risco de tremendos distúrbios emocionais e espirituais. A Bíblia diz para não brincarmos e nem mexermos com o oculto, exatamente porque não existe nada de divertido nas densas trevas espirituais, de onde o Halloween se origina (veja Dt.18.9-14; 20.17,18; Is. 8.19; etc). Todos nós sabemos que quem brinca ao volante de um carro, pode se machucar seriamente; que quem brinca com fogo, pode se queimar... e, que quem brinca com uma arma, pode tombar, vítima de um disparo avassalador. Portanto, não brinque com práticas e representações que se aproximam daquilo que Deus avisou para não ser copiado, ou ridicularizado. As penas poderão ser muito duras.

Ora, irmão, deixe de exagero...

Vampiros, múmias, duendes travessos, fantasmas, feiticeiras e diabinhos; muitos diabinhos.... tudo infernalmente e "divertidamente" fantasiado... Que mal há nisto? Estes e muitos outros ícones do mal estão deixando de assustar as pessoas hoje em dia, e nem o velho diabo assusta mais. Evolução dos tempos? Não. Involução espiritual. O povo se distanciou da Palavra de Deus e penetrou por muitos caminhos, grande parte deles escuros e perigosos. Hoje, brinca-se com o diabo, porque não se acredita mais nele. Jesus Cristo sempre acreditou no diabo e teve com ele e suas hostes, grandes batalhas. O Filho de Deus sempre considerou sua astúcia e terrível maldade, sendo a única Autoridade a quem o diabo teme. Por que brincaria eu com o diabo, se nas páginas da Bíblia ele não tem nada de divertido? Ridicularizaria eu uma cascavel prestes a dar o bote?! Cutucaria uma onça com vara curta, estando a jaula aberta? Rapaz e moça... não brinquem com o diabo, pois ele não brinca com vocês. O que ele quer é devorar vidas! (1a Pe.5.8). Não se aproxime de qualquer ícone do mal nem se fantasie dele, sob o risco de sofrer terríveis perturbações espirituais, de origens demoníacas. Nem Jesus desacreditou da existência do diabo, e nem os anjos o fazem, por que faríamos nós? "Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo... não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!" (Jd. v9). Quem nos informa isto é a Bíblia, a Palavra de Deus. E a Palavra de Deus não mente.

Depressões profundas, ideias suicidas, afundamento nos vícios, bárbaros assassinatos cometidos por jovens, escutar sons de gargalhadas horripilantes e vozes do além pela casa, tudo isso vem acontecendo com milhares de jovens em todo o mundo, que um dia ousaram "brincar" com o diabo ou com ícones a ele associados, e caíram, vítimas de seus laços mortais. Perderia Saman, tido como o senhor da morte, a primeira oportunidade de matar? Acredito que não. ("Saman" é um dos nomes com os quais Satanás se disfarça).

Finalizando, o meu conselho e incentivo é para que você não embarque nesta onda de "Halloween", só porque a sua escola, ou a sua turma está fazendo tal festa. Professores, lembrem-se que também compete a vocês zelaram pelo bem-estar dos alunos. Não os empurre para iniciações com o mundo das trevas, nem por brincadeira! Desistam de qualquer "brincadeira" do Halloween enquanto ainda é tempo, pois ninguém precisa de Halloween para se divertir, exatamente por não haver diversão em maldições. O que todos nós precisamos é de seguir Jesus Cristo, para sermos verdadeiramente felizes.

Portanto, não vá com os outros, nem que os outros formem multidão. A história está repleta de casos em que a multidão estava completamente desnorteada, pagando um alto preço por causa disso. No caso específico do Halloween, muitos adolescentes e jovens entraram nessa "brincadeira" sem saber das profundas armadilhas espirituais escondidas por trás da "diversão" e hoje sofrem grandes tristezas. Jovens, não deem ouvidos à voz do povo, pois isso nem é bíblico, e trata-se de uma tremenda armação. A voz do povo nunca será a voz de Deus, ainda mais quando empurra pessoas para práticas que Deus condena! A Bíblia é que é a Voz de Deus! Escute o que ela diz: "Não seguirás a multidão para fazeres o mal"... (Êx.23.2a). "Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-Lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna" (Jo 6:68).

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

AVIVAMENTO

O ESPÍRITO DO AVIVAMENTO – R.C. SPROUL



Post tenebra lux… “Após a escuridão, luz”. Então leia o lema da Reforma Protestante do século dezesseis. A briga titânica teológica dessa era foi a luta para trazer o Evangelho à plena luz do dia após anos sendo consignado à escuridão, ao ponto de eclipse sob a sombra da suplantação sacerdotal deste por Roma.

Com o resgate do Evangelho da escuridão e distorção, um avivamento foi evocado que transcendeu qualquer avivamento da fé testemunhado quer pelos períodos anteriores ou subseqüentes da história Cristã. A reforma não foi apenas um mero Grande Despertamento, ela foi o Maior Despertamento ao verdadeiro Evangelho desde a era Apostólica. Ela foi um despertamento que demonstrou o poder de Deus para a salvação.

É digno de nota que tal período na história é comumente referido como Reforma e não como Avivamento. Qual a diferença entre avivamento e reforma? Como as etimologias das palavras sugerem, avivamento descreve uma renovação da vida espiritual, enquanto reforma descreve uma renovação de formas e estruturas da sociedade e cultura. Não é possível ter uma verdadeira reforma sem primeiro ter um verdadeiro avivamento. A renovação da vida espiritual sob o poder do Espírito Santo é uma condição necessária para a reforma, mas não é uma condição suficiente para isso. Portanto, embora não seja possível ter reforma sem avivamento, é possível ter avivamento sem reforma. Por que isso acontece? Existem pelo menos duas razões. A primeira é que avivamento traz consigo a conversão de almas à Cristo, que naquele momento de conversão são bebês espirituais. Bebês espirituais têm pouco impacto na formação de instituições culturais. É quando um vasto número de pessoas convertidas se aproxima da maturidade em sua fé e santificação que as estruturas do mundo são seriamente desafiadas e mudadas. Se um vasto número de pessoas é convertido, mas elas permanecem infantis em seu crescimento espiritual, pouco impacto é feito na sociedade como um todo. Sua fé tende a permanecer privatizada e contida dentro da arena de confinamento da mera religião.

A segunda razão é concernente ao escopo e intensidade do avivamento. Se o avivamento é limitado no escopo e intensidade, seu impacto tende a ser restringido a uma pequena área geográfica e também a ter vida curta. No entanto, ele pode ter riachos de influência permanente para as gerações futuras. Como um riacho é a obra de Jonathan Edwards apresentada e discutida nesse livro. O Grande Despertamento que ocorreu em Nova Inglaterra em meados do século XVIII deixou uma marca indelével na América, embora essa marca tenha se apagado dramaticamente ao longo do tempo. Ninguém confundiria hoje Nova Inglaterra com uma mecca da fé evangélica vibrante. Também não há qualquer perigo de que as obras de Jonathan Edwards empurrem qualquer autor contemporâneo para fora da lista de Best Sellers do New York Times.


No entanto, a influência de Edwards assim como dos reformadores magisteriais Lutero e Calvino continua nos dias de hoje.  Suas palavras ainda estão em impressão, e há um grupo de cristãos que devoram seus escritos. As coisas que esses homens de Deus escreveram mantêm uma relevância vital para os nossos dias. O prefácio original de William Cooper para “The Distinguishing Marks” de Edwards descreve o estado da igreja antes do Grande Despertamento. Ele poderia muito bem servir como um comentário para os nossos tempos.