DEVOÇÃO

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

AVIVAMENTO

O ESPÍRITO DO AVIVAMENTO – R.C. SPROUL



Post tenebra lux… “Após a escuridão, luz”. Então leia o lema da Reforma Protestante do século dezesseis. A briga titânica teológica dessa era foi a luta para trazer o Evangelho à plena luz do dia após anos sendo consignado à escuridão, ao ponto de eclipse sob a sombra da suplantação sacerdotal deste por Roma.

Com o resgate do Evangelho da escuridão e distorção, um avivamento foi evocado que transcendeu qualquer avivamento da fé testemunhado quer pelos períodos anteriores ou subseqüentes da história Cristã. A reforma não foi apenas um mero Grande Despertamento, ela foi o Maior Despertamento ao verdadeiro Evangelho desde a era Apostólica. Ela foi um despertamento que demonstrou o poder de Deus para a salvação.

É digno de nota que tal período na história é comumente referido como Reforma e não como Avivamento. Qual a diferença entre avivamento e reforma? Como as etimologias das palavras sugerem, avivamento descreve uma renovação da vida espiritual, enquanto reforma descreve uma renovação de formas e estruturas da sociedade e cultura. Não é possível ter uma verdadeira reforma sem primeiro ter um verdadeiro avivamento. A renovação da vida espiritual sob o poder do Espírito Santo é uma condição necessária para a reforma, mas não é uma condição suficiente para isso. Portanto, embora não seja possível ter reforma sem avivamento, é possível ter avivamento sem reforma. Por que isso acontece? Existem pelo menos duas razões. A primeira é que avivamento traz consigo a conversão de almas à Cristo, que naquele momento de conversão são bebês espirituais. Bebês espirituais têm pouco impacto na formação de instituições culturais. É quando um vasto número de pessoas convertidas se aproxima da maturidade em sua fé e santificação que as estruturas do mundo são seriamente desafiadas e mudadas. Se um vasto número de pessoas é convertido, mas elas permanecem infantis em seu crescimento espiritual, pouco impacto é feito na sociedade como um todo. Sua fé tende a permanecer privatizada e contida dentro da arena de confinamento da mera religião.

A segunda razão é concernente ao escopo e intensidade do avivamento. Se o avivamento é limitado no escopo e intensidade, seu impacto tende a ser restringido a uma pequena área geográfica e também a ter vida curta. No entanto, ele pode ter riachos de influência permanente para as gerações futuras. Como um riacho é a obra de Jonathan Edwards apresentada e discutida nesse livro. O Grande Despertamento que ocorreu em Nova Inglaterra em meados do século XVIII deixou uma marca indelével na América, embora essa marca tenha se apagado dramaticamente ao longo do tempo. Ninguém confundiria hoje Nova Inglaterra com uma mecca da fé evangélica vibrante. Também não há qualquer perigo de que as obras de Jonathan Edwards empurrem qualquer autor contemporâneo para fora da lista de Best Sellers do New York Times.


No entanto, a influência de Edwards assim como dos reformadores magisteriais Lutero e Calvino continua nos dias de hoje.  Suas palavras ainda estão em impressão, e há um grupo de cristãos que devoram seus escritos. As coisas que esses homens de Deus escreveram mantêm uma relevância vital para os nossos dias. O prefácio original de William Cooper para “The Distinguishing Marks” de Edwards descreve o estado da igreja antes do Grande Despertamento. Ele poderia muito bem servir como um comentário para os nossos tempos.



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